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Como funciona a vacina para gripe?

Geral

04.05.2016

Anualmente são feitas campanhas chamando a população, especialmente os integrantes dos chamados grupos de risco, a serem vacinados contra a gripe. As convocações ocorrem no período próximo ao inverno, pois é a estação onde há mais risco de contágio e a proliferação da doença acontece com mais facilidade uma vez que as pessoas convivem em ambientes fechados durante períodos maiores de tempo. Existem muitos debates sobre a necessidade de se tomar a vacina e o grau de utilidade da medicação. O processo da produção da vacina e de imunização é bastante similar ao de outras doenças contagiosas.

Vacinação teve início no final do século XVIII
O sistema de imunização através de vacinas foi desenvolvido pelo médico britânico Edward Jenner. A ideia surgiu a partir da observação de mulheres ordenhando vacas. Os animais tinham varíola e passaram a doença para elas, mas de uma forma mais leve que o normal. O cientista percebeu, então, que seria possível preparar os seres humanos para receber os transmissores da doença em um estágio mais fraco para evitar que no futuro eles encontrassem o organismo desprotegido. Com isso em mente, criou em 1796 a vacina contra varíola.
Foi a primeira de muitas desenvolvidas pela ciência. Naturalmente, a tecnologia evoluiu sensivelmente desde então, mas o princípio básico continua o mesmo. Coloca-se no organismo humano o vírus fragilizado de uma doença. O corpo humano, percebendo essa invasão, cria um mecanismo de defesa por sua própria conta. São os chamados anticorpos. Eles se responsabilizam por combater e expulsar o vírus que foi inoculado. Como ele é propositalmente frágil, a tarefa é relativamente fácil. Terminado o processo e com os anticorpos criados, mesmo que os vírus voltem a penetrar no corpo, o organismo já está preparado para enfrentá-los.
Imunização obteve grande sucesso no combate às doenças
Esse sistema obteve grandes resultados com doenças como sarampo, rubéola, tétano, coqueluche e febre amarela, entre outras. No caso da gripe, no entanto, o sucesso é relativo. Isso acontece pelo fato de o vírus da gripe não ser único. Vários são os responsáveis pelo desenvolvimento da condição.
Além disso, a grande maioria delas causa apenas um pequeno desconforto por um período de tempo relativamente curto na pessoa. Por isso, muitos médicos acreditam que o processo de imunização no caso da gripe é de pouca ou nenhuma utilidade para grande maioria das pessoas.
Vacina contra gripe é indicada apenas para grupo de risco
Somente para gripes muito fortes valeria à pena aplicar a vacina e, assim mesmo, especificamente para um determinado segmento de indivíduos. É o chamado grupo de risco. São pessoas cujo estado de saúde é considerado mais delicado e o contágio da gripe poderia causar complicações mais graves, levando inclusive à morte. Entre eles estão:
* idosos (acima de 60 anos);
* pessoas com doenças crônicas (cardiovasculares, pulmonares, renais, metabólicas -diabetes mellitus- hepáticas e hemoglobinopatias);
* imunodeprimidos: transplantados, com neoplasias, infectados pelo HIV – vírus da AIDS;
* profissionais de saúde;
* pessoas com fibrose cística, trissomias e com implante de cóclea;
* mulheres até 45 dias após o parto,
* indígenas;
* crianças de seis meses e menores de dois anos;
* pessoas privadas de liberdade;
* pessoas que convivem intimamente (no mesmo domicílio ou cuidadores informais) com pacientes nas situações anteriores.
Gripe Influenza é o alvo da vacinação
As vacinas atuais combatem principalmente a gripe chamada de Influenza, do vírus H1N1. Ela é responsável por aproximadamente 16% dos casos de gripe registrados. Nos Estados Unidos, de acordo com o CDC (Centers for Disease Control and Prevention – Centros para Controle e Prevenção de Doenças), entre 1976 e 2007, antes das imunizações em massa, o número de mortes por causa dessa gripe variava entre 3 e 49 mil por ano. Dos óbitos, 90% eram de pessoas com 65 anos ou mais.
Em 2009, houve uma pandemia da Influenza, também chamada de Gripe Suína, causando um grande número de mortes em todo o mundo, o que iniciou a campanha de vacinação em massa. Desde então, os números em relação aos óbitos causados pela gripe se estabilizaram no patamar anterior.
Autoridades divergem sobre eficácia da vacina
De acordo com informações do governo brasileiro, as campanhas de vacinação têm sido capazes de reduzir em até 70% o número de internações de idosos por problemas respiratórios. Segundo o CDC, a eficácia da vacina fica na casa dos 70 a 90%. O médico brasileiro Dráuzio Varella acredita que esse número é superestimado e não crê que a efetividade da imunização das doses da vacina contra a Influenza supere os 60%.
A composição da vacina é alterada de um ano para outro de acordo com a mutação do vírus. Elas são feitas com vírus fracionados, subunidades e com vírus inteiros. São fornecidas com seringas já preparadas com doses de 0,25 ml e 0,5 ml e em frascos multidoses. Podem ser encontradas na rede pública de saúde, onde são aplicadas gratuitamente em pessoas dos chamados grupos de risco, ou em empresas de saúde particulares, onde estão disponíveis para a população em geral. É recomendada apenas uma dose anual, ainda que a aplicação não seja obrigatória.
No entanto, reconhece-se a existência de efeitos colaterais após a aplicação da vacina. Cerca de 10% das pessoas podem apresentar, durante as primeiras 48 horas, febre, dor no corpo e dor de cabeça.
Pneumonia é principal complicação da Influenza
O vírus da influenza pode causar doença respiratória aguda. Os sintomas mais comuns dessa manifestação da gripe são febre, calafrios, dor de cabeça, mal estar, dores no corpo e tosse seca. Também podem acontecer conjuntivite, dor abdominal, enjoos e vômitos. Eles podem durar apenas alguns dias ou até semanas. Mas, geralmente, o próprio organismo dá conta de resolver o problema sozinho. Eventualmente, medicamentos podem ser usados apenas para ajudar a combater os sintomas.
As complicações mais comuns associadas à doença são a pneumonia, viral ou bacteriana, e a Síndrome de Reye, que afeta o cérebro e o fígado e pode ser fatal. Atinge especialmente crianças. Um dos agravantes para esse caso é o uso de medicamentos ácido acetilsalicílico (aspirina).
A vacina não é indicada para quem tem hipersensibilidade a componentes como proteínas de ovo, quem está com quadro febril agudo, tem imunodeficiência congênita ou adquirida, possui neoplasia maligna (câncer) e está sendo tratado de alguma outra doença com medicamentos com dose de corticoide superior a 2 mg/kg (crianças) ou 20 kg (adultos).

Reprodução: saude.hsw.uol.com.br