Na manhã deste sábado (28), profissionais de saúde levaram dicas de prevenção e distribuíram material educativo aos frequentadores da Praia do Meio

Todo mundo sabe, mas muitos insistem em ignorar as regras: a intensa exposição à radiação solar é o maior causador do câncer de pele, tipo de displasia mais frequente no Brasil, correspondendo a 25% de todos os tumores malignos registrados no país. Contudo, quando diagnosticado precocemente, o câncer de pele apresenta altos percentuais de cura.

Por conta do grande fator de cura sem sequelas, e da falta de informação que pode levar à doença, o projeto Assembleia Cidadã, desenvolvido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, montou uma estrutura na Praia do Meio neste sábado (28) para ajudar às pessoas no diagnóstico e, principalmente, como se prevenir da doença.

O RN é o Estado com a maior incidência de radiação solar no Brasil e o segundo na América Latina. De acordo com os profissionais de saúde atuantes no projeto Assembleia Cidadã, essa alta exposição pode ser controlada, se os potiguares adotarem hábitos saudáveis e aproveitarem o sol nos horários mais convenientes.

“Evitar a exposição solar entre 10h e 15h é a principal recomendação, tendo em vista que nesse horário ocorre o maior índice de radiação ultravioleta tipo B – maior causador de manchas e queimaduras. Consequentemente, o maior causador do câncer de pele”, explicou o dermatologista Dr. João Gomes Lopes.

Além de optar por horários em que o sol esteja menos agressivo, é importante que as pessoas lembrem que o protetor solar, isoladamente, não é o único fator de proteção. “A utilização de camisetas, chapéus e bonés, guarda sol e óculos escuros também deve ser adotada. Quando mais cedo esses hábitos forem adotados, menos riscos do surgimento do câncer de pele”, destacou o dermatologista.

O câncer de pele aparece com maior freqüência em pessoas com mais de 60 anos. De acordo com Dr. João Gomes, isso acontece porque os raios solares podem modificar o DNA das células, causando mutação e proliferação das células malignas. Daí a importâncias das pessoas terem cuidados com a exposição solar e estarem sempre realizando o auto-exame.

Para saber se é uma pessoa com riscos ao câncer de pele é preciso atentar para as seguintes situações: se há casos na família; se já teve queimaduras de sol, sardas e pintas pelo corpo; ferida que não cicatriza; pinta ou mancha que esteja mudando de cor e/ou crescendo.

Outra situação que precisa de maior atenção das pessoas é a característica aparente dos sinais e manchas. Assimetria, bordas irregulares (com saliência e reentranças), variação de cor/tom e tamanho acima de 6 mm podem caracterizar caso de melanoma, tipo de câncer que atinge o tecido epitelial.

“Se uma pessoa apresentar um ou mais desses fatores, pode sim ser uma pessoa de risco para o câncer de pele. Nesse caso, a consulta com um dermatologista pode ajudar no diagnóstico precoce, evitando que, futuramente, o paciente venha a se submeter a um procedimento cirúrgico”, lembra João Gomes Lopes.

Rosa de Lourdes, de 67 anos, já retirou dois cânceres de pele e aproveitou a oportunidade da ação na Praia do Meio para verificar se alguns sinais existentes no rosto indicam mais um caso de melanoma maligno.

“Moro próximo à Praia e fiquei sabendo desta ação por um carro de som. Aproveitei a oportunidade para saber se há alguma novidade ruim na minha pele”, disse. “Eu, que já tive dois casos, costumo atentar para os riscos e me cuidar, mas muitas pessoas acham que não correm esse risco e estão bastante enganadas. Essa ação é muito importante para atentá-los”, disse.

As atividades da Assembleia Cidadã foram abertas ao público de todas as idades. Na ação, profissionais de saúde distribuíram panfletos educativos, kits com boné e protetor solar e atividades recreativas para os banhistas.

Reprodução: Jornal de Hoje