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Cuidados com alimentação na praia devem ser redobrados no verão

Geral

26.01.2015

Quem vai aproveitar os próximos dias na praia precisa redobrar a atenção com a alimentação, principalmente aquela feita à beira-mar. Os preços altos de alimentos e bebidas comercializados nas praias são justificativa suficiente para levar o lanche de casa. Por causa do calor e de problemas recorrentes no preparo e armazenamento de produtos à venda em quiosques, por ambulantes e restaurantes, levar comida pronta também acaba sendo uma opção para não passar mal. Segundo especialistas, 30 minutos é o tempo máximo permitido para que um alimento fique em exposição à temperatura ambiente sem causar graves danos à saúde. Se o alimento for cru, esse tempo é menor ainda. No entanto, na prática, o que se ver são alimentos sendo comercializados livremente e expostos ao sol durante horas.

De acordo com a nutricionista Mychelle Kytchia, as altas temperaturas, somadas à falta de higiene no preparo dos alimentos, estimulam a proliferação de microrganismos que aumentam as chances de os produtos estragarem. Ela alerta que, na praia devem ser evitados todos os derivados de animal, como o queijo coalho na brasa, o espetinho de camarão e os churrasquinhos de maneira geral. Quem for beber água de coco deve ficar atento ao instrumento utilizado para abrir o coco, já que muitas vezes este fica exposto a bactérias.

“O camarão tem todos os riscos possíveis e imagináveis: tem corante, para dar aquela cor avermelhada e passar uma falsa impressão de frescor, tem a validade e a falta de higiene no preparo. Geralmente, está passado porque foi retirado há horas e horas do gelo, portanto, cheio de microrganismos que causam doenças”, alerta a nutricionista. O cuidado deve persistir também no pós-praia. Milho e churros, por exemplo, devem ser evitados. “Há casos em que a água do milho e o próprio milho estão cheios de larva, porque água de cocção não é trocada há dias”. O risco para quem consome estes alimentos vai desde uma leve gastroenterite a casos mais graves de infecção.

A nutricionista lembra que os sanduíches com salpicão ou qualquer produto que contenha maionese devem ser rejeitados nesta época. Apesar de o sanduíche natural ser um hábito em função da alimentação saudável, ela alerta que, fora da refrigeração, o produto estraga rápido. A orientação é optar por frutas que contenham bastante água como melancia, melão e manga. “Banana, maçã, pera e ameixa frescas são fáceis de transportar e bem acondicionadas podem ser uma boa opção de alimentação na praia”.

Para quem não se contenta com frutas na refeição, a nutricionista Mychelle Kytchia diz que o melhor mesmo é levar comida de casa. Segundo ela, a comida preparada no mesmo dia e armazenada em bolsas térmicas tem menos chances de fazer mal à saúde. A dica da nutricionista para quem deseja passar o dia na praia é sempre fazer uma refeição reforçada antes de sair de casa, de preferência rica em proteína, o que dá uma sensação maior de saciedade e evita o consumo na praia.

A nutricionista lembra ainda que a ingestão de líquidos é importante, em função do forte calor. Para quem vai ingerir bebida alcoólica, tomar água é fundamental. Para quem deseja, mesmo com as recomendações, consumir alimentos na praia, a nutricionista recomenda que se procure comer em um quiosque, ao invés dos carrinhos localizados na beira da praia.

Amauri da Silva trabalha na praia de Ponta Negra há mais de 12 anos vendendo churrasquinho. Embora ele conte que acondicione as carnes a base de gelo, os churrascos prontos ficam expostos a temperatura ambiente até a chegada do próximo cliente. “Procuro fazer tudo certo, manipulando o alimento de forma segura e graças a Deus nunca ninguém reclamou”, afirma.

Já o vendedor ambulante João Batista trabalha vendendo ginga, tapioca, ovos de codorna e coxinhas de frango. Ele conta que só comercializa, mas não pode ter muito cuidado com a segurança do alimento, pois, segundo ele, é um investimento muito alto e não tenho condições. “Acho que não tem problemas vender assim. Nunca ninguém reclamou. Acho que o problema só é com a coxinha que é frita durante a noite, mas quem compra sabe dos riscos”, fala João Batista.

Fonte: Jornal de Hoje