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Direção do Walfredo aciona MPRN

Geral

16.09.2014

A retenção de macas registrada ontem, no Walfredo Gurgel, ainda é consequência da paralisação que durou nove dias dos serviços prestados por médicos e anestesiologistas cooperados. Em agosto passado, as cooperativas decidiram suspender a realização de cirurgias eletivas devido à falta de pagamento por parte do Governo do Estado. A dívida superior a R$ 3 milhões foi quitada e a expectativa era a de realização de um mutirão para compensar os dias parados. Um mês depois do retorno das atividades, o serviço continua deficitário.
Segundo a diretora geral do HMWG, Fátima Pinheiro, o fluxo de pacientes saindo do hospital para realizar cirurgias está muito baixo. O problema é mais grave no setor de ortopedia. Enquanto isso, a quantidade de doentes que chega ao hospital permanece em grande escala. Ainda de acordo com a diretora, nos últimos três dias, apenas 15 pacientes deixaram a unidade para realizar cirurgias em outro local. “A média é de cinco pacientes por dia. É muito baixo. Além disso, não para de chegar paciente. Por isso há esse problema com as macas”, contou Fátima Pinheiro.
No Walfredo, 92 pacientes estão à espera de cirurgias
Para tentar encontrar uma solução, a diretora recorreu ao Ministério Público do Estado (MPRN). Na manhã de ontem, foi realizada uma reunião com promotores da Saúde. “Estou levando as planilhas com todas as informações referentes aos pacientes que estão esperando cirurgia”, disse Fátima, momentos antes de sair do hospital. Além de 191 pacientes na fila de espera ortopédica, o HMWG tem 55 pacientes em leitos-maca.
A diretora contou ainda que não há problemas relacionados a pagamento de cooperativas ou hospitais. “Está tudo em dias. A questão realmente é a demanda”, ressaltou. A secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou que, na última quinta-feira, dia 11, repassou R$ 4,5 milhões à secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS), referentes à contrapartida do Estado para manutenção dos serviços hospitalares de alta complexidade, ofertados por prestadores conveniados diretamente com o município de Natal. A Sesap informou ainda que o ritmo de cirurgias ortopédicas deve ser normalizado ainda nesta  semana.
Enquanto o problema não é resolvido, servidores do Samu precisam improvisar para tentar conseguir a liberação das macas. Enquanto esteve no hospital, a reportagem acompanhou a negociação de uma equipe do Samu Natal com servidores do hospital. Para liberar a maca, o condutor da ambulância teve que “doar” três pacotes de atadura de crepom.
“O paciente estava na maca e precisava fazer o curativo para ser liberado. Não tinha a atadura no hospital. Tive que entregar para conseguir que o paciente tivesse alta e, assim, liberar o equipamento”, explicou o motorista.
Em outros casos, as equipes do Samu precisam vasculhar o hospital a procura das macas. “Às vezes somem e outras vezes vão parar no interior do Estado”, contou uma técnica.

Números
99 pacientes ortopédicos aguardam cirurgias em casa.
92 doentes internados no Walfredo Gurgel esperam transferência.
55 pacientes estão em leitos-maca.
280 quantidade de leitos comuns.
25 leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
80 é o número de macas do hospital.

Fonte: Tribuna do Norte