Mutilação feminina ainda atinge 90% das meninas em paises como Egito e Somália
Geral
28.08.2014
Boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta quinta-feira (2), mostra que a luta contra a mutilação genital feminina está obtendo poucos progressos.
Prática que já contabilizou 125 milhões de vítimas entre meninas e mulheres, a mutilação genital feminina é considerada um rito antigo em várias partes da África e do Oriente Médio. O corte é feito com lâminas ou facas, e quase sempre sem anestesia. Com a ação, a menina tem o clitoris removido inteira ou parcialmente.
Em países como Egito e Somália, mais de 90% das meninas são mutiladas. Muitas delas, antes mesmo de aprenderem a andar. O objetivo é as meninas e mulheres fiquem “limpas e puras” para o casamento.
Várias agências da ONU se juntaram à luta contra a mutilação genital incluindo, o Unicef e a OMS. Alguns países conseguiram reduzir os números de circuncisão feminina. No Quênia, o índice baixou de 38% em 1998 para 26% em 2008, entre meninas de 15 a 49 anos. Um progresso ainda maior foi alcançado na República Centro-Africana.
O Fundo das Nações Unidas para a População (Unfpa) afirma que até 2030, 86 milhões de meninas e mulheres entre 15 e 19 anos irão sofrer com a mutilação genital.
As ações para combater o problema receberam o reforço da Assembleia Geral. Em 2012, a casa aprovou uma resolução para aumentar os esforços de eliminação da prática.
Gritos de horror
A OMS destaca o exemplo da britânica de origem somali, Leyla Hussein. Ela foi mutilada aos sete anos de idade. “Eu tinha apenas sete anos quando fui cortada. A primeira coisa que ouvi foi a minha irmã gritando. Depois foi a minha vez. Quatro mulheres me seguraram enquanto eles cortaram meu clitóris. Eu sentia cada corte. A dor era tão intensa que eu desmaiei,” afirmou Hussein
Reprodução: R7