O Zika vírus, apontado como principal causador dos inúmeros casos de Microcefalia que surgiram no país, também pode ser transmitido através de relação sexual desprotegida. A iminência do contágio, por mais essa via, gera preocupação especialmente em relação às gestantes, o que demanda cuidados redobrados.

A indicação dessa nova possibilidade de transmissão foi divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois a presença do vírus foi constatada no sêmen. O fato abriu precedente para a criação de uma nova diretriz de enfrentamento ao Zika e, consequentemente, à Microcefalia.

Segundo o gerente do programa Estadual IST/Aids, o médico Almir Santana, além de uma atração pelo sistema nervoso central, o Zika vírus demonstra preferência por se instalar no trato gênito-urinário dos homens. Já em relação à secreção vaginal feminina, até o momento, não há casos constatados.
“O que reforça essa teoria é a persistência do vírus no sêmen e na urina. No sêmen, por exemplo, o Zika foi encontrado com carga 100 mil vezes superior a do sangue e por um período até dois meses após a fase aguda da infecção”, revela o médico.

Apesar da constatação de presença do vírus em fluídos corporais, ainda não há provas sobre a transmissão sexual. Apesar disso, o fato age como indicativo, o que é suficiente para ampliar ações preventivas. “É preciso alertar especialmente as gestantes e seus parceiros para a necessidade do uso da camisinha durante as relações sexuais. Além de prevenir as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) como o HIV, Sífilis e Hepatites virais, a camisinha protegerá contra uma possível transmissão do Zika Vírus”, enfatiza o gerente do Programa Estadual IST/Aids, Almir Santana.

Microcefalia

Até o último boletim epidemiológico (semana epidemiológica nº 24), foram 347 casos prováveis de Zika, com 24 confirmações, e 4514 prováveis de Febre Chikungunya, com 2746 confirmações. Sobre a Dengue, são 4030 casos notificados e 1140 confirmados.

O novo boletim mostra também que foram notificados 235 casos de Microcefalia no estado de Sergipe. Destes, foram 10 óbitos. Em relação ao informe anterior, houve registro de 2 casos novos, no município de Monte Alegre e Nossa Senhora do Socorro. Os casos notificados estão distribuídos em 54 municípios sergipanos, sendo que 70 encontram-se em processo de investigação, 111 foram confirmados e 54 foram descartados. A região de Aracaju aparece com maior número de casos (84), seguida pelas Regiões de Nossa Senhora do Socorro (41), Estância (32) e Itabaiana (26).

Combate ao Aedes

O principal transmissor do Zika vírus é o mosquito Aedes aegypti. Para inibir a proliferação do vetor, que também é responsável pela transmissão da Dengue e Chikungunya, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) realiza diversas ações. Dentre as estratégias de enfrentamento ao Aedes está a atuação da Brigada Itinerante Estadual nos municípios sergipanos. O monitoramento constante dos casos relacionados ao mosquito é realizado pela Sala Estadual de Situação.   

Toda população deve adotar medidas preventivas para evitar a proliferação do mosquito. É recomendado que sejam realizadas limpezas periódicas em recipientes que armazenem água, manter caixas d’água, tonéis e barris tampados, colocar areia em pratos que acomodam plantas, descartar corretamente resíduos que possam armazenar água, dentre outros.

Fonte: SES