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Servidores da Saúde farão greve por contenção de gastos do Governo

Geral

28.08.2014

Nas próximas semanas os servidores da rede pública estadual de Saúde poderão deflagrar mais uma greve por tempo indeterminado. A segunda paralisação da categoria neste ano será colocada em discussão com os servidores em assembleia geral que será realizada na próxima sexta-feira (29). Dessa vez, a greve virá como uma resposta ao Governo do Estado contras as medidas estabelecidas pela Secretaria de Estado de Saúde Público (Sesap) para conter os gatos.

Para o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública (Sindsaúde-RN), a categoria vem sofrendo com os constantes “ataques”. “A determinação de corte de gastos do Governo vem com o intuito de atacar principalmente a nós, trabalhadores, uma vez que a medida influencia na nossa remuneração, na mudança da jornada de trabalho e na desassistência aos hospitais”, destacou Manoel Egídio, coordenador geral do Sindsaúde.

Na manhã desta quarta-feira (27), dezenas de servidores fizeram um ato na frente da Unicat (Unidade Central de Agentes Terapêuticos) e no Hospital Walfredo Gurgel, de modo a chamar a atenção da população e do poder público.

Segundo a coordenação geral do Sindsaúde, entre as medidas de contenção da crise financeira estão o corte dos plantões eventuais, a redução do atendimento e até mesmo o corte de alimentação de servidores e acompanhantes. A portaria que altera o expediente foi publicada na sexta-feira passada e estabelece o aumento da jornada de trabalho dos servidores com 40 horas semanais, exceto para aqueles que trabalham na assistência ao paciente. Dessa forma, a jornada de 6h diárias, passará a ser de 8 horas diárias a partir de setembro, dividida em dois turnos de trabalho, com uma ou duas horas para descanso/almoço.

A medida muda completamente a jornada de 6h estabelecida há 8 anos na lei do Plano de Cargos, Carreira e Remunerações (PCCR) e pegou os servidores de surpresa, já que eles terão que alterar suas rotinas devido ao novo horário. Além disso, a nova jornada afeta o bolso dos trabalhadores, já que o governo não irá garantir auxílio alimentação ou auxílio transporte.

Com as mudanças, a Unicat, que funcionava ininterruptamente das 7h às 19h, agora terá horário de almoço e “fará a população esperar ainda mais pela burocracia dos serviços”, destacou Manoel Egídio. “Isso irá complicar para o servidor e para a população, pois ela ficará sem atendimento durante os intervalos de almoço”, disse.

De acordo com José Almeida, servidor da Unicat, muitos usuários vêm do interior e já são obrigados a esperar longas horas por atendimento. Agora, a espera será maior. “Nós não podemos concordar com isso. Temos que evitar que essa mudança permaneça e lutar para que os serviços sejam oferecidos à população com excelência. Além de esperar para ser atendido, o usuário sofre com o desabastecimento de medicamentos”, afirmou.

Para Almeida, se a greve for restabelecida entre servidores, a Unicat será uma das unidades mais afetadas. “Com a greve, restará ao usuário comprar seu medicamento – que na maioria das vezes são de alto custo – ou esperar para que os serviços sejam retomados”, disse.

Reprodução: Jornal de Hoje