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Vírus passam para estado líquido para infectar células

Geral

21.10.2014

A maioria dos vírus causa estragos injetando sua informação genética no interior de uma célula hospedeira.

Mas como essa fita dupla de DNA, geralmente rígida, sai de dentro da carapaça de um vírus e flui para dentro da célula?

O mistério agora parece ter sido desvendado por Alex Evilevitch e sua equipe da Universidade Carnegie Mellon (EUA).

Vírus que ficam líquidos

A equipe descobriu que tantos os vírus que infectam bactérias, quanto aqueles que infectam os seres humanos, sofrem uma transição de fase, ou seja, passam da fase sólida natural, quando estão inertes, para uma fase virtualmente líquida, que permite a infecção.

A transição de fase ocorre na temperatura de infecção, permitindo que o DNA passe de sua estrutura cristalina normalmente rígida para um tipo de fluido.

Graças a esta transformação, o vírus pode transferir seu DNA mais facilmente para o interior das células da sua vítima, que, assim, ficam infectadas. No caso das infecções dos seres humanos, os pesquisadores confirmaram que isto ocorre com o vírus da herpes, e agora pretendem confirmar o mecanismo em outros vírus.

Terapias antivirais sem resistência

Esta descoberta fornece um novo alvo promissor para terapias antivirais, segundo os pesquisadores.

A maioria dos medicamentos antivirais funciona desativando proteínas virais, mas os vírus frequentemente evoluem e tornam-se resistentes aos medicamentos.

O Dr. Evilevitch acredita que agora os pesquisadores têm um novo caminho promissor para descobrir novas formas de prevenir a infecção – bloqueando a transição de fase dos vírus.

A grande vantagem é que essas futuras terapias, quando forem desenvolvidas, não estarão propensas ao desenvolvimento da resistência viral.

"A parte entusiasmante disto é que as propriedades físicas do DNA empacotado desempenham um papel muito importante na propagação de uma infecção viral, e essas propriedades são universais," disse Evilevitch.

"Isso pode nos levar a terapias que não estejam ligadas à sequência genética ou à estrutura proteica dos vírus, o que tornaria o desenvolvimento de resistência à terapia altamente improvável," concluiu ele.

Fonte: Diario da saúde